20º
Lugar Volúpia
Procedência:
Alagoa Grande, PB
Graduação alcoólica: 42%
Envelhecimento: descansada
um ano em freijó
Bebida
de sabor forte e bastante pronunciado, a paraibana Volúpia é uma das duas
representantes das cachaças nordestinas na votação dos especialistas. É
descansada em freijó, uma madeira típica do Nordeste, raramente usada por
outros produtores
e que pouco interfere na bebida, o que explica a cor branca dessa aguardente.
19º
Lugar GRM
Procedência:
Araguari, MG
Graduação alcoólica: 41%
Envelhecimento: dois
anos em carvalho, umburana e jequitibá-rosa
Cachaça
envelhecida de excelente equilíbrio e harmonia. A combinação de três madeiras
suaviza a força da umburana e proporciona um sabor palatável, puxado para o
amargo.
18º
Lugar Seleta
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 42%
Envelhecimento: dois
anos em umburana
Envelhecida
em umburana, a Seleta é um bom exemplo da presença dessa madeira, que empresta
um gosto acre, forte e persistente por muito tempo. Recomendada aos que gostam
de sabores intensos.
17º
Lugar Abaíra
Procedência:Chapada Diamantina, BA
Graduação alcoólica: 42%
Envelhecimento: três
anos em carvalho
Límpida
e brilhante, com aroma suave. Nela prevalece o carvalho, que virou um símbolo
de qualidade entre destilados, por causa dos whiskies e cognacs.
16º Lugar Lua Cheia
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 45%
Envelhecimento: entre
dois e três anos em bálsamo
Das
mais típicas de Salinas. O bálsamo confere a ela uma cor dourada e cintilante,
além de trazer um sabor amadeirado e levemente apimentado.
15º
Lugar Mato Dentro
Procedência: São Luiz do Paraitinga, SP
Graduação alcoólica: 41%
Envelhecimento: descansada
oito meses em amendoim
Na
variação Prata, a escolhida pelos votantes, ela é envelhecida em tonéis de
amendoim, uma madeira neutra, que interfere pouco na aguardente, e dá coloração
límpida. Tem sabor e aroma delicados, próximos da cana. Quase com "cheiro
de roça".
14º
Lugar Corisco
Procedência:
Parati, RJ
Graduação alcoólica: 45%
Envelhecimento: dois
anos em carvalho
"É
uma cachaça jovem, que ainda precisa envelhecer", afirmam nossos
conhecedores. A combinação de muito álcool e pouco envelhecimento,
característica das cachaças de Parati, resulta numa bebida forte e picante. Boa
representante das pingas da região.
13º Lugar Sapucaia Velha
Procedência:
Pindamonhangaba, SP
Graduação alcoólica: 40,5%
Envelhecimento: dez
anos em carvalho
É
do envelhecimento no carvalho que vem o sabor e o buquê acentuados. Criada em
1930, tem fama de ser produzida com extremo cuidado.
12º Lugar Indaiazinha
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 48%
Envelhecimento: oito
anos em bálsamo
De
cor dourada, passa por longo envelhecimento no bálsamo, o que dá a ela um sabor
ligeiramente semelhante ao de amêndoa. "Para se beber de joelhos",
diz Weimann.
11º Lugar Maria Izabel
Procedência: Parati, RJ
Graduação alcoólica: 44% (o rótulo indica, erroneamente, 42%)
Envelhecimento: entre um e quatro anos em carvalho
Suave,
agradável, de baixa acidez. Aroma e sabor lembram a cana. Se destaca entre as
cachaças de Parati pelo esmero da produtora e pelo uso do carvalho.
10º
Lugar Piragibana
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 47%
Envelhecimento: 22
anos em bálsamo e carvalho
A
Piragibana é harmônica, com sabor e aroma persistentes, ainda que delicados -
resultado do longuíssimo envelhecimento em bálsamo e carvalho. Caso típico de
influência da combinação de madeiras, aqui escolhidas por Juventino Miranda, o
produtor.
9º
Lugar Magnífica
Procedência:
Miguel Pereira, RJ
Graduação alcoólica: 45%
Envelhecimento: três
anos em carvalho
Uma
cachaça equilibrada. Apesar dos 45% de graduação alcoólica, a Magnífica é uma
bebida suave, que desce fácil e apresenta buquê simples de cana jovem. Sua cor
límpida é mais um destaque.
8º Lugar Armazém Vieira
Procedência:
Florianópolis, SC
Graduação alcoólica: 44%
Envelhecimento: quatro
anos em ariribá
O
ariribá, madeira do litoral catarinense pouco usada no armazenamento de
cachaças, tem interferência mínima na bebida e permite que ela envelheça sem
afetar o gosto da cana. Desce macia, segundo os especialistas, pois o frescor
da cana equilibra bem com a madeira.
7º
Lugar Casa Bucco
Procedência:
Passo Velho, RS
Graduação alcoólica: 40%
Envelhecimento: dois
anos em bálsamo e carvalho
Seu
aroma e o sabor de carvalho são persistentes e lembram um bom brandy. É ácida e
um pouco forte, sabores típicos de um terroir com pH elevado. Para quem gosta
de carvalho e de tudo o que a madeira
empresta à bebida.
6º Lugar Boazinha
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 42%
Envelhecimento: dois
anos em bálsamo
Cor
brilhante e viscosidade perfeita, com forte presença do bálsamo no aroma e no
sabor, que persistem longamente. A Boazinha é uma clássica representante de
Salinas, por causa da influência da madeira: cor bem amarelada e sabor
marcante.
5º
Lugar Claudionor
Procedência:
Januária, MG
Graduação alcoólica: 48%
Envelhecimento: entre
um e meio e dois anos em carvalho
A
cidade de Januária já foi sinônimo da bebida, mas perdeu a vez para Salinas
como região emblemática da cachaça mineira. A Claudionor, porém, é ótima opção
para quem gosta de cachaça à moda antiga, forte, com muito gosto de cana. Para
adequar-se à nova legislação, teve de reduzir seus 54% de graduação alcoólica
para "apenas" 48%. Transparente, apesar de bem envelhecida,
Claudionor tem buquê neutro, de cana madura e bem descansada, cujo gosto
persiste na boca. É uma cachaça com corpo, equilibrada, perfeita para quem foge
das madeiras.
4º Lugar Germana
Procedência:
Nova União, MG
Graduação alcoólica: 40%
Envelhecimento: dois
anos em carvalho e bálsamo
Facilmente
reconhecida numa prateleira devido à embalagem, a garrafa da Germana é toda
revestida de folhas secas de bananeira por mulheres artesãs do Engenho de Nova
União. O objetivo é proteger a bebida da luz e do calor e assim manter suas
características. Antes de ser engarrafada, a Germana envelhece dois anos em
tonéis de carvalho e bálsamo. O resultado é uma cachaça suave, com sabor sutil,
que pode agradar também ao público leigo.
Canarinha
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 44%
Envelhecimento: três
anos em bálsamo
A
procedência e o sobrenome do produtor são belas credenciais. Produzida em
Salinas, a Canarinha é feita por Noé Santiago, sobrinho de Anísio Santiago,
criador da famosa cachaça Havana (veja abaixo). Antes de ser embalada nas
tradicionais garrafas de cerveja, ela é envelhecida por três anos em tonéis de
bálsamo, o que lhe confere uma cor suave, amarelinha, e um sabor levemente
apimentado, típico das aguardentes de Salinas. Para Weimann, a cor dourada como
um champagne, o sabor frutado e o buquê de flores do campo e capim fazem a
diferença. "É uma cachaça das mais puras, equilibrada, persistente e
excelente", garante Weimann.
Anísio
Santiago
Procedência:
Salinas, MG
Graduação alcoólica: 44,8%
Envelhecimento: entre
seis e oito anos em carvalho e bálsamo
Anísio
Santiago é mais que uma cachaça - é um mito. Forte, com cheiro de madeira seca,
um leve amargor que permanece na boca, sabor e aroma persistentes. "O
segredo de Anísio é a combinação de madeiras diversas. Não é perfeita, é mais
uma boa cachaça, um ícone a ser reverenciado", diz Weimann. E que se
tornou mitológica devido a uma questão judicial: a Havana perdeu o nome e foi
rebatizada como Anísio Santiago. Hoje, uma garrafa antiga de Havana chega a
custar mais de 20 mil reais. "É o marketing 'cubano': 'a gente faz por
gosto, dane-se o mercado, quem quiser que corra atrás'. Ainda que haja uma
dúzia de cachaças tão boas quanto ela por 10% do preço", diz o jornalista
Ronaldo Ribeiro, autor de várias reportagens sobre a Havana. O preço de uma
Anísio Santiago varia bastante, podendo custar entre 200 e 300 reais em São Paulo. "A
expectativa é tão grande que, ao provar, no primeiro gole você já está
fascinado", garante Ribeiro. Tal é o sabor de uma boa história.
Vale Verde
Procedência:
Betim, MG
Graduação alcoólica: 40%
Envelhecimento: três
anos em carvalho
A
campeã é uma cachaça correta em todos os sentidos. É produzida na fazenda Vale
Verde que, além de engenho de cachaça, é também um parque ecológico, com
visitas guiadas onde se pode conhecer os "segredos" da produção. A
aguardente é equilibrada, encorpada e madura. Segundo os produtores, suas
técnicas de fermentação e destilação foram baseadas naquelas praticadas na
Europa para fabricação de whiskies. Isso proporciona um produto final
equilibrado, estável, pronto. Os três anos em tonéis de carvalho explicam a cor
dourada e o buquê marcante de madeira. É justamente esse envelhecimento que
garante o equilíbrio da bebida, que desce redondinha, sem aspereza. A cana
colhida no ponto certo, fruto dos solos calcários da região de Betim, a
fermentação nos antigos alambiques de cobre e a criteriosa escolha dos barris
de carvalho garantem a cor brilhante e o sabor adocicado persistente. Além
disso, a Vale Verde tem a melhor relação custo-benefício: uma garrafa custa, em
média, 30 reais.