ALEXSANDRO JÂNIOHá anos acompanho a trajetória desse garoto de uma insistência fora do comum, pois, como membro da comissão julgadora do concurso A Mais Bela Voz, promovido pela Rádio Rural de Mossoró, ano após ano, bem uns 15 consecutivos, tínhamos a certeza de que ele estava lá, tentando de novo, feliz por participar, melhorando a cada apresentação, mesmo não ficando em boa colocação, não hesitava em participar no ano seguinte. E era o tradicional palco armado em plena praça, com a multidão lotando o ambiente e participando ativamente, torcendo pelo candidato de sua preferência, daqui ou de fora, pois caravanas imensas se deslocavam para cá, fazendo burburinho para influir na classificação do seu torrão. Lembro de sua vez primeira, quando interpretou o sucesso da época, Borbulhas de Amor, eternizado pela voz do cearense Raimundo Fagner. A cada ano trazia música mais refinada, autoria de monstros sagrados da MPB, como Ivan Lins, Guilherme Arantes, Gilberto Gil, dentre outros. Nunca descobri a causa da sua não classificação, pois é dono de uma voz gostosa de se ouvir, é afinado e tem refinado bom gosto musical. QUEM? - Refiro-me ao mossoroense Alexsandro Jânio da Silva, filho do conterrâneo Francisco Eliel da Silva e de dona Odeniza Maria, natural de Almino Afonso. Cresceu vendo o pai sair para fazer serenata, época em que se cantava na porta da donzela. Ouvia Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Moacyr Franco, Roberto Carlos, Nelson Ned e por aí vai. Sempre gostou de cantar e tinha o desejo enorme de tocar algum instrumento, optando pelo violão, por ser o mais fácil de ser adquirido. Fácil, é? Diga aí que o seu primeiro instrumento foi comprado em sociedade com o amigo Hélio, que também queria aprender. E era um singelo Tonante (hoje eu nem vejo mais essa marca no mercado). Mas servia. Passaram a comprar aquelas tão faladas revistinhas com músicas cifradas, que mostram os desenhos dos acordes. Começou a economizar seus poucos cobres, porque quando ele estava tomando gosto numa música, lá vinha Hélio dizer: "Agora é a minha vez". Seus esforços foram recompensados. Chegou o dia em que ele vendeu a parte dele a Hélio e com o que havia economizado comprou o seu próprio Tonante.
MÚSICA DE "MERMO-MERMO" - A visão de Alexsandro Jânio se aguçou, enxergando longe para alcançar o seu intento. Foi aprovado para o Conservatório de Música D'Alva Stella Nogueira Freire, pertencente à Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Foram quatro anos em contato com a música propriamente dita, tanto popular quanto erudita. Queixa-se das aulas de violão serem totalmente de música clássica, pois queria, a todo custo, aprender a popular, aquela que o colocava no degrau do público que ele queria atingir. Participou do Coral Oficina, do conservatório, que tinha como regente a professora de piano Nara Vasconcelos. Também participou do Coral Carcará, organizado pela não menos talentosa Cláudia Azevedo (ou Max?). Nesse meio tempo continuava insistindo com A Mais Bela Voz, na esperança de que seu talento fosse reconhecido, mas sem êxito. E, ainda meio sem jeito, começou a frequentar as casas noturnas e barzinhos da cidade, dando "canja" uma ou outra vez, quando solicitado. Ficou conhecido no meio artístico, a exemplo do seu irmão Airton Cilon, que é músico, cantor, escritor e pintor de telas lindíssimas.
A NOITE - E assim, Alexsandro Jânio se deu conta que já possuía um vasto repertório, além de já não fazer vergonha com o violão, e resolveu se jogar de corpo e alma na noite mossoroense. Seu primeiro contato foi com o Chap-Chap, ainda de propriedade de Rogério Dias, hoje Bate-Papo. E se aventurou pelos barzinhos e espetinhos como o Mania e outros mais. Faz um trabalho que dá gosto ver. Fica desmotivado por conta dos parcos cachês pagos pelo empresário local, quando devia oferecer mais vantagens ao artista, pois é ele quem arrebanha toda clientela que enche os cofres da casa. Alexsandro Jânio faz um trabalho lindíssimo no Centro de Oncologia e Hematologia, tocando e cantando para os pacientes, uma espécie de musicoterapia para os que são tratados com muito amor pelo oncologista Dr. José Cure de Medeiros. Aqueles que tiverem interesse em ouvir música de qualidade e disposto a pagar um cachê decente, comunique-se com Alexsandro Jânio pelo 9176-2634.
FERREIRA DA GAZETA
Caderno Expressão - Gazeta do oeste
Nota do blog: Conheço "Stallone" (era como eu o chamava) desde a década de 90 e ele sempre foi determinado, honesto e bom amigo. Fiquei muito feliz quando ví essa matéria na gazeta do oeste, Parabéns "Stallone" e continue sempre fazendo sucesso cara!!!
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